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​​QP - Disserte sobre sua trajetória profissional e formação.​


Rafael - Minha história no teatro começou em 2002, quando entrei para o grupo de teatro amador AMADODODITO. Fiquei nesse grupo até 2009, e fizemos três montagens juntos: "Contando Histórias” baseadas em Luís Fernando Veríssimo; "Muiraquitã", texto próprio do grupo, contava lendas indígenas brasileiras e a "Comédia do Coração" de Paulo Gonçalves, um dos poucos autores expressionistas do Brasil.



QP - Quais são as maiores dificuldades que o artista enfrenta atualmente para produzir uma peça no país? Por quais motivos isso acontece?


Rafael - Nós do teatro enfrentamos todos os tipos de dificuldades, mas as mais recorrentes a meu ver são: locais para apresentação, entraves burocráticos (ECAD, SBAT) e a falta de dinheiro pra produção.
Em minha opinião o motivo maior é não termos no país uma cultura de "ir ao teatro". A TV, cinema e agora a internet tem proporcionado um esvaziamento das salas e o público não procura o teatro. É sempre uma dificuldade trazer pessoas para as peças.

QP - O governo brasileiro apoia a cultura no país? Como?


Rafael - Sim apoia, mas com políticas públicas que não contemplam os artistas do país inteiro, muito pouco perto do que se pode fazer. É só ver o montante do PIB que é destinado para a Cultura no Brasil.
Esse apoio hoje se dá por meio de EDITAIS públicos e as Leis de incentivo ao teatro. Você entra com seu projeto no edital que está aberto, e aguarda ser chamado... Essa fórmula se dá assim para o estado de SP e município.

QUEBRE A PERNA entrevista o ator

Rafael dos Santos Procópio

QP - Por que os veículos de comunicação não costumam divulgar tanto o teatro?


Rafael - 
Você já viu algo que não é rentável a curto e médio prazo ser veiculado na televisão (maior veículo de comunicação do mundo)? Teatro é arte e arte não vende.

QP - O teatro não faz parte da cultura dos brasileiros. Como você acredita que essa situação poderia mudar, e quem sabe, fazê-lo ficar mais atrativo aos mesmos?


Rafael - 
Eu acredito que somente uma reforma no sistema de educação, onde na grade curricular, os alunos sejam levados a conhecer e debater a linguagem teatral. Seja um caminho para criar-se a cultura de ir ao teatro. Temos que estimular as pessoas para que se tornem expectadores. Como cobrar delas algo que NUNCA lhes foi ensinado, não dá.

QP - Quem você considera a principal figura do teatro hoje (quem luta por essa cultura)? Quais foram suas influências para seguir essa carreira?


Rafael - 
Essa questão é muito recorrente e muito difícil responder, pois não há uma figura, um líder do teatro que seja a representação dos desejos dos artistas, e sim muitos atores que lutam diariamente por políticas públicas que ampliem o número de produções teatrais, que lutam por direitos dos atores, que lutam por uma participação efetiva do Estado para que ele ofereça cultura que é um direito constitucional do cidadão, tão importante quanto escolas, hospitais, saneamento básico e por aí vai...

Minhas influências para seguir essa carreira... Bem eu nunca fui influenciado por ninguém próximo, minha família é de comerciantes e militares basicamente, foi algo que me aconteceu, assim como um raio que cai de repente e não tem como desviar. Mas sempre gostei muito de cinema e criar coisas, sempre fui muito imaginativo... Pode ser isso.

Entrevista

QP - Por que os veículos de comunicação não costumam divulgar tanto o teatro?


Rafael - 
Você já viu algo que não é rentável a curto e médio prazo ser veiculado na televisão (maior veículo de comunicação do mundo)? Teatro é arte e arte não vende.

QP - Quais os principais objetivos da Cooperativa Paulista de Teatro?


Rafael - 
São muitos, mas o principal é viabilizar o trabalho dos seus cooperados, garantir a existência (financeira e artística) dos seus artistas.

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