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Segundo a atriz, a aproximação no teatro veio de forma inesperada em sua vida, assim como a dança. “Sempre fui muito tímida, e num determinado momento, acompanhei minha irmã em um concurso de beleza (Miss Estado de São Paulo Infantil). Até que a produtora do evento, dizendo ser uma apresentação de dança me convenceu a participar. Quando dei por mim, havia me inscrito e vencido o Miss Infantil. E claro, que um dos prêmios foi um curso de teatro, mas eu dei para minha irmã, pois ela que era a estrela da família”, brinca.

 

Durante o curso da irmã, Laís ficava espionando as aulas, até que do seu jeito, se apaixonou e decidiu se matricular no Teatro Escola William Shakespeare, onde fez o colegial técnico. E aos 17 anos de idade, já possuía o DRT (Registro Profissional de bailarina e atriz).

 

A artista não parou os estudos, então começou a trabalhar profissionalmente, e ganhou bolsa para a Faculdade de São Paulo (USP). Inicialmente começou a Licenciatura em Educação Artística – Habilitação em Artes Cênicas (pois se interessava em Arte e Educação), mas no meio do percurso mudou para Bacharel. “Costumo brincar que tive a formação mais completa e luxuosa que um artista pode ter. Afinal acabei quase que morando na USP, ensaiava a noite e tinha aula o dia todo, um curso de quatro anos, fiz durante sete ao todo”, concluí Laís.

 

 

Laís não poupa elogios a Universidade de São Paulo, e declara que a população precisa saber que eles possuem acervos de filmes, livros, obras raras, peças de teatro, entre outros. “O acervo de figurino da USP é o terceiro maior acervo de figurinos do Brasil. Se você não sabe o que fazer com figurino, moveis usados, roupas velhas, é só ligar que eles buscam o material em sua casa. É um trabalho muito interessante que vale a pena ser conhecido e relembrado”.

 

 

Quanto às dificuldades artísticas que enfrenta desde o início da carreira, ela menciona e diz ter como referência pessoal o *Mito de Sísifo.

 

*Sísifo desafiou os deuses e teve como castigo divino, para todo o sempre empurrar uma pedra até ao cimo de um monte, caindo a pedra invariavelmente da montanha sempre que o topo era atingido. Este processo seria repetido até à eternidade. (Fonte Infopédia)

 

Laís explicou: “Nós artistas nos deparamos com a mesma situação diariamente, ainda tenho a sensação de sempre começar do zero, nunca temos nenhuma facilitação ou continuação, eu já passei por todas as fases, eu já pensei em desistir várias vezes. Sinto-me também como se tivesse desafiando os deuses. Gosto de pensar que eu não venho de uma família rica, e que mereço ter uma dignidade como todos os outros profissionais. Muitas vezes tenho que passar por cima das minhas convicções artísticas para sobreviver, e isso é muito difícil para mim, afinal é o meu corpo, é minha voz, é a minha existência dizendo alguma coisa que eu não acredito, e isso cada vez mais eu procuro evitar em termos das escolhas que faço de trabalhos; É uma relação muito difícil de conviver são altos e baixos com sua carreira. Então nesse sentido eu me sinto uma arte vista... E pensando isso numa ideia de viabilidade também, o lucro esta dentro de uma conta que não é necessariamente financeira, mas como te disse, EU SOU SEMPRE DO SIM.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A atriz morou fora durante um tempo, mas afirmou que o artista sofre diversos problemas não apenas no Brasil, mas em qualquer lugar do mundo. “Não podemos comparar países de primeiro mundo com o Brasil. Trabalhar com arte em qualquer lugar do mundo é trabalhar com resistência, tanto no modelo tanto social, econômico, mental do que se entende de ação no mundo. Toda artista é um revoltado, todo artista tem alguma coisa para dizer, em qualquer lugar do mundo não é fácil. Mas temos que parar com essa visão colonizada, muito baixo estima, temos uma cultura, um afeto, uma alegria, criatividade rara... é sempre bom ter outros modelos como referência. A pedagogia teatral é uma das melhores do mundo. Tem uma produção intelectual altíssima, que não se vê no lugar do mundo”, finalizou Laís.

Laís Marques explana os hábitos dos brasileiros

A bailarina, atriz e orientadora do Teatro Vocacional, Laís Marques, de 30 anos, iniciou sua carreira na dança. Aos quatro anos de idade foi levada ao médico por ter o pé chato, a prescrição médica fora usar bota ortopédica, fazer aulas de dança ou qualquer outra atividade física para melhoria do caso. A partir desse dia, não deu outra, sua mãe a matriculou numa escola de ballet, e Laís não saiu mais dos palcos. “Esse médico nem imagina o estrago no bom sentindo, que ele fez na minha vida”, diz Laís aos risos.

Portanto, a primeira formação de Laís Marques foi como bailarina clássica, num curso de oito anos de duração, pela Escola Municipal de Bailado (atual Escola de Dança de São Paulo), vinculada a Fundação Theatro Municipal.

 

Em relação à falta de costume dos brasileiros de frequentarem peças, a atriz é otimista e compara o tema as refeições das crianças. “Quando a criança está faminta, e existem dois pratos de comida para ele escolher, um de legumes e o outro de batatas fritas? A tendência da criança é pegar o mais gostoso, o que se entende por mais saboroso. Mas se você conversar com essa criança, e desde cedo convencê-la que os legumes também são gostosos, ela vai entender, e tomar hábito pela refeição saudável e vai adorar, desde nova. Tudo é hábito”, disse.

 

Sendo assim, ela explicou que a questão do público é que, não há problema deles assistirem um musical, pois aquilo o alimenta, diverte, assim como a batata frita é gostosa para uma criança. Mas à medida que houver uma formação no olhar dele, uma ampliação do horizonte, ele também pode ficar interessado, e ser convidado a conhecer outros tipos de peças de teatro, talvez o musical seja apenas mais uma opção, não a exclusiva.

 

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